quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Passageiros reclamam da longa espera por ônibus em Mussurunga

Por Sara Gomes

Às 6 horas da manhã, as filas na Estação Mussurunga já parecem intermináveis e os ônibus que possuem capacidade para 90 pessoas, sentadas e em pé, saem com mais de 100 passageiros. Em meio ao desconforto, a maioria reclama das péssimas condições em que são transportados. “Isso é um absurdo. É vergonhoso o trabalhador digno, que levanta cedo, ter que pegar um ônibus lotado como esse”, reclama a empregada doméstica Jacira Campos, 32 anos, enquanto aguarda a chegada do coletivo que vai levá-lo ao emprego.

Com capacidade para atender a cerca de 100 mil usuários por dia, a Estação Mussurunga, construída para desafogar o trânsito na região da Avenida Paralela (que integra bairros como Mussurunga, Itapuã, São Cristóvão, Alto do Coqueirinho e Bairro da Paz), desperta queixas dos usuários incomodados com o serviço oferecido. Eles reclamam de filas longas e do tempo de espera por ônibus como aqueles que servem às linhas de Jardim das Margaridas, Imbuí e Brotas.

“Acredito que os intervalos dos ônibus deveriam ser reduzidos nos horários de 7h e 18h. Durante os outros horários não tem necessidade do intervalo entre um ônibus e outro ser de 15 minutos”, afirma a moradora do Parque São Cristóvão, Marjorie Paz. Para ela, os microônibus - que têm substituído ônibus em áreas - deveriam ser descartados, sobretudo, nos horários de maior movimento, quando aumenta a quantidade de pessoas saindo ou chegando em casa.

Segundo o gerente de projetos da Secretaria de Transportes Públicos de Salvador (STP), Moisés Ataíde de Brito, a frota aumenta de acordo com a demanda de passageiros que utilizam as linhas. “A gente procura levar as frotas maiores para dar um conforto à população”, afirma, defendendo que algumas linhas, inclusive as que rodam em Mussurunga, poderiam ser mais bem aproveitadas com a implantação de roteiros mais curtos. “Uma parte dos ônibus que fazem o roteiro do Barra 3, por exemplo, poderia ir até a Barra, fazendo o percurso normal, e voltar do meio do caminho. A gente precisa otimizar isso, rever e melhorar a freqüência”, esclarece.

A estudante Carolina Silva, 19 anos, conta que o segredo para pegar ônibus na Estação é ter muita paciência. “Eu chego aqui à noite. Os intervalos são enormes. O setor que eu moro, a partir das 20h, só tem ônibus de 40 em 40 minutos. Isso é uma verdadeira falta de respeito com o cidadão que paga impostos”, reclama. Na mesma situação, a universitária Soraya Matos, 22 anos, lê enquanto espera na fila, mas acaba perdendo grande parte do dia à espera de transporte. “Nós que somos passageiros, que pegamos ônibus todos os dias, é que sabemos o que deve melhorar. Eles têm que ouvir a gente”, afirma, sugerindo que a Superintendência de Transportes Públicos, da Prefeitura Municipal, interfira no assunto.

De acordo com Moisés Ataíde, as medidas para melhorar o transporte na Estação Mussurunga serão tomadas após pesquisa no local. “Nós vamos ver onde a linha está ociosa e vamos melhorar isso. Será feito um acompanhamento interno para ver como melhorar e vamos melhorar mesmo.Vamos tomar todas as medidas cabíveis”, promete. “Dentro de três semanas nós vamos dar uma resposta”, garante. Contato com a STP podem ser feitos através da Central de Atendimento e Assistência às Comunidades (CIAC) pelo telefone 71 3371-1580.

Aula de capoeira auxilia no desenvolvimento infantil

Por Sara Gomes


Vista por educadores como luta transformada em arte, a capoeira tem sido implantada como modalidade esportiva em escolas particulares de Salvador. Ela melhora a disciplina, exercita o corpo e proporciona flexibilidade e resistência. Professor de capoeira há nove anos, Augusto César Pinto Meireles, 24, afirma que o objetivo do esporte no colégio não é apenas o desempenho físico do jogador. “A capoeira possibilita um desenvolvimento psicológico. As crianças se tornam mais tolerantes com tudo”, opina.

Os educadores já têm constatado os avanços. De acordo com a coordenadora do Colégio Lince, Maria Bernardete Cardoso Gomes, os estudantes que participam das aulas de capoeira têm melhorado o comportamento em sala. “Estamos visando atingir a consciência dessas crianças, afinal, a capoeira, além de ajudar no desenvolvimento, contribui para a formação de seres capazes de driblar as diferenças”, afirma.

Os pais, também, sentem os primeiros resultados. A auxiliar de enfermagem Inês Batista da Silva, 32, por exemplo, acredita que a capoeira é uma poderosa ginástica e um método de ensino que possibilita disciplina e saúde. “Meu filho mudou muito depois que entrou na capoeira. Está mais concentrado e não pára de falar nas aulas”, diz. Já a professora Jaqueline Oliveira Lima, 32, observa que ela provoca agitação no filho de três anos. “No dia que tem aula, ele chega mais agitado em casa. Fica difícil controlá-lo. Acho que é porque ele gosta muito”, revela, ressaltando sua relevância como esporte e manifestação cultural.

Apesar dos avanços, a arte trazida da África pelos negros escravizados no Brasil e, por muitos anos, proibida no país, ainda é alvo de preconceito de parte da população. De acordo com o professor Augusto César, a sociedade não consegue enxergar os benefícios que esse esporte é capaz de trazer, como respeito e disciplina, e acaba transformando todo capoeirista em maltrapilho e ladrão. O Colégio Lince constata isso: o esporte é oferecido pela escola há seis anos, mas, segundo a coordenadora, a procura da modalidade ainda é restrita.

Veja mais informações sobre capoeira como prática pedagógica no artigo do pesquisador e capoeirista Jean Adriano: http://www.portalcapoeira.com/Publicacoes-e-Artigos/A-Capoeira-na-Educacao-Infantil .

Olá!!!!

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